A vitória

No último domingo, Brasil e Estados Unidos disputaram a final da copa das confederações, torneio prévio a Copa do Mundo. Com um triunfo de 3 x 2, a seleção brasileira sagrou-se campeã. O jogo surpreendeu a muitos, a maioria esperava uma vitória fácil ou um jogo apertado, mas nunca uma virada. É disso que vou falar, da virada brasileira contra os americanos.
Antes da final, conversei com diversas pessoas, e todos foram categóricos, o Brasil ganha com facilidade. Uns podiam achar que o jogo seria duro, mas ninguém, em nenhum momento citou a hipótese dos americanos vencerem. Ouvi quieto todas as opiniões. Só me limitava a dizer que: “O Brasil deve tomar cuidado, eles tão achando que vão ganhar”. A maioria não deu bola, afinal, quem em sã consciência ouviria uma pessoa dizendo que o Brasil poderia perde para os Estados Unidos? No fim, mostrei que eu tava certo, não porque entendo mais de futebol que todos os outros, nada disso, mas porque eu conheço os americanos, e se tem alguém, que acredita de verdade em si próprio, são eles.
Ao longo dos oito anos que eu acompanho os esportes americanos, fui aprendendo um pouco sobre o povo americano. Alguns podem odia-los, dizendo que eles são o mal do mundo. Muito das críticas tem sua verdade, mas não da forma como são ditas. No fundo, toda nação tem seus defeitos, seja do mais pobre ao mais rico, mas da mesma forma, há qualidades, e elas são sempre superiores aos defeitos. Opto sempre por ver as qualidades. Voltando ao jogo, o que eu enxergava era um time e um país muito confiante. Os americanos achavam que poderiam nos vencer. Para alguns isso pode parecer prepotência, falta de respeito, mas pra mim, isso nada mais é que confiança. Porque diabos eles tinham que entrar tão derrotados? Esse é a grande questão do jogo. De um lado tava a grande seleção, do outro a zebra, um time de desconhecidos, mas que entrou de cabeça erguida, confiando na vitória. Nenhum povo no mundo acredita mais em si do que os americanos. Nenhum.
Essa atitude é nobre. Acho que falta isso em todos nos. Porque não podemos entrar em qualquer disputa com a real esperança de que vamos vencer? Em nenhum momento os americanos mostraram arrogância ou prepotência, muito pelo contrário. Quem que vencer, não atua assim.
Ao mesmo tempo em que eles agiram de forma digna, mostraram um dos seus maiores defeitos. Para os americanos, só a vitória importa, nada mais que isso. Aquela fagulha que o futebol levantou se apagou com o vice-campeonato. O esporte só vai crescer na terra do Tio Sam, quando eles forem vencedores. A surpreendente final de nada valeu. Ao mesmo tempo que eles tem a capacidade de se erguer, de criar esperança onde não há, eles tem de desmerecer tudo que não é o primeiro lugar.
.Há pontos positivos em toda derrota. Uma pena que eles enxerguem isso.

1 comentários:

Marina Laterza de Paiva disse...

É complicado para os americanos tb, uma vez que acho que eles se prepararam tanto e o t iro saiu pela tangente...
Mas concordo quando voce diz do otimismo dele e da subestimação brasileira...

Beijos, Nina

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