Tropa de Elite,do diretor José Padilha já era sucesso antes mesmo de chegar aos cinemas. Por um motivo desconhecido até hoje, o filme caiu na net e muitos já haviam assistido antes mesmo do seu lançamento. A trama é a historia do Batalhão de Operações Especiais da Policia Militar do Rio de Janeiro. Tendo como personagem principal o Capitão Nascimento( Wagner Moura). O longa mostra todo o dilema na luta contra o trafico de drogas segundo a visão de um policial.
O filme é baseado no livro a Elite da Tropa. A obra e o filme têm algumas coisas em comum, mas nem de perto um é uma adaptação do outro. Lançado em 2007,Tropa de Elite foi um sucesso. Isso todos já sabem, mas o que me interessa é o que leva a população brasileira a eleger como ídolos policiais que torturam e matam sem nenhum julgamento.
Já li livros que contam casos do abuso de poder da Polícia Militar, como Rota 66 de Caco Barcellos. Pra mim, há diferenças entre a Rota e o Bope. O Bope mata porque está em guerra, a polícia matava porque era incentiva e blindada. A realidade nas grandes cidades brasileiras é complicada, o crime infelizmente toma conta, e na maioria das vezes a polícia esta em desvantagem.
O Brasil todo elegeu como o seu novo herói um capitão do Bope, que ao longo do filme comete vários crimes como aqueles que ele condena. E no livro é até pior, temos uma confissão de uma morte de uma criança. A desculpa é só uma, estamos em guerra e tudo vale para sobreviver. Nunca estive em uma cena de crime, muito menos em uma cidade em guerra, que é o caso do Rio. Entendo o que o drama que os Policiais passam, da mesma forma que eles ficam indignados com salário e condição de trabalho que lhes é proposta, a população pobre se revolta com a educação e segurança pública que ela tem. Então temos de um lado policiais insatisfeitos e o povo indignado. Um escolhe a violência, o outro o crime.
E nos? A gente acha lindo vê o violento matar o criminoso pobre e fudido. Essa é a nossa realidade. Enquanto aqueles que elegemos para nos defender se esconderem, vamos ter que nos contentar com heróis pouco cordiais.
No fundo, o Cap. Nascimento é não é o herói que a gente merece, mas o que a gente precisa.
Se tudo tivesse sido diferente...
Há 15 anos
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